Vício esse de um jovem apaixonado, que todas as noites antes de adormecer, vê a fotografia do seu amor, que está tão longe, beija-a e coloca-a no peito a imaginar como seria se tivessem juntos, era como se em vez daquela fotografia, estivesse pousado sobre o seu peito a sua cara metade, com os cabelos de ouro soltos. Todas as noites ele faz o mesmo ritual para recordar que mesmo que exista distância o amor entre as duas almas é resistente, contra o tempo e as desavenças. Hoje, esse jovem abandonou o seu ritual e deixou a fotografia, para riscar numa folha alguns sentimentos e palavras que lhe iam surgindo.
Aquele pequeno rascunho, um bocado de papel, que para muitos não significaria nada, para esse espirito vazio, vale mais que a fotografia que o dava esperança, do sorriso que nela se encontrava.Mil e uma distraçoes tinha esse rapaz para deixar aquela fotografia e aquele ciclo que o estava a afetar.
Mas aquele moleco sem palavras, a quem a vida não favoreceu, deixou de ver quem amava naquela simples imagem, e ao longo da noite escreveu, o tempo sou passando, e o jovem continuava agarrado ao papel como se algo ali ganha-se vida, como se as palavras que transcrevia para o papel lhe completacem a metade do espirito que faltava, a metade que ele olha todas as noites antes de fechar os olhos.
Talvez por isso ele escreveu durante dias, deixando a foto e usando a letras para dar imagem do que ainda não tinha preenchido. E um dia depois de muitas paginas riscadas de invenções, a fotografia tronou-se real e estava mesmo a porta do jovem apaixonado.
(gostei deste apensar de não estar nada de especial)
Sem comentários:
Enviar um comentário